Na região do Piemonte, no norte da Itália, o som de gargalhadas infantis ecoa em festas que misturam cores vibrantes, música e personagens conhecidos. Por trás dessas celebrações está a brasileira Taynan, fundadora da Maia Eventi, que há três anos transformou em negócio aquilo que começou de forma modesta: animar festas infantis.

A história começa muito antes, na decisão de deixar o Brasil e tentar a vida em solo europeu. Radicada na Itália há quase 16 anos, Taynan construiu uma vida entre duas culturas. Casada e mãe de três filhos, encontrou no universo das festas uma maneira de conciliar identidade, sustento e paixão pelo que faz.
O início foi tímido, com apenas três mascotes e pouca estrutura. Aos poucos, a persistência deu forma a uma empresa que hoje reúne 17 personagens, oferece pintura facial, locação de brinquedos infláveis e mantém parcerias com espaços de destaque. O Open Space di Moncalieri, em Turim, tornou-se um dos locais fixos de atuação da Maia Eventi. A empresa também marca presença no Luna Park, o maior parque itinerante da Itália, onde personagens como Stitch e Sonic circulam em meio à multidão.

Nada disso, porém, foi conquistado sem obstáculos. Ser estrangeira em território italiano significou enfrentar barreiras de idioma, burocracia e aceitação. Em um país conhecido pelo apreço às tradições, abrir espaço para o estilo brasileiro de festejar exigiu resiliência. “Não é fácil ser estrangeira e conquistar espaço no mundo italiano, mas com fé e trabalho firme alcancei meu lugar. Ainda tenho muitos sorrisos para entregar a várias crianças”, resume.
Mais do que um negócio, a Maia Eventi tornou-se uma forma de traduzir a energia brasileira em experiências que atravessam fronteiras culturais. Para os italianos, as festas organizadas por Taynan oferecem contato com o espírito de celebração que o Brasil exporta ao mundo. Para os imigrantes, sua trajetória é um lembrete de que adaptação e coragem podem se transformar em oportunidades concretas.

O caso de Taynan ilustra como histórias individuais ajudam a redefinir o panorama da imigração no país. Em um setor competitivo, dominado por empresas locais, uma brasileira conseguiu não apenas conquistar espaço, mas também se tornar referência. Sua experiência mostra que, entre os desafios e as barreiras, há também a chance de construir novas narrativas, em que o empreendedorismo se mistura à identidade e a festa se converte em símbolo de permanência.
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